B i o g r a f i a

Emilinha Borba é botafoguense de coração e mangueirense de alma e nascimento, pois foi num dia 31 de agosto, na Vila Savana, de seu avô, situada na Rua Visconde de Niteroi, no Bairro da Mangueira, na cidade do Rio de Janeiro / RJ, que nasceu, da união de Eugênio Jordão Borba e Edith da Silva Borba, uma carioca predestinada ao sucesso e a levar para fora dos limites de sua cidade e do seu País, o seu carisma, a sua grandiosidade e, principalmente, a nossa cultura popular: Emilia Savana da Silva Borba (hoje Emília Savana de Souza Costa) e nacionalmente conhecida como Emilinha Borba.

Ainda menina e contrariando um pouco a vontade de sua mãe, apresentava-se em diversos programas de auditório e de calouros, dentre eles, "A Hora Juvenil", na Rádio Cruzeiro do Sul, e "Calouros do Ari Barroso", onde conquistou a ota máxima interpretando o samba "O X do Problema" de Noel Rosa.

Emilinha Borba e Bidú Reis
(Emilinha Borba e Bidú Reis)

Cantando de emissora em emissora de rádio daquela época, formou com Bidú Reis, e por um curto período, a dupla "As Moreninhas" (foto ao lado), quando então, gravaram em Discoteca Infantil - 78 RPM, "A História da Baratinha", numa adaptação de João de Barro.

Dupla desfeita, passou Emilinha a cantar sozinha, sendo de imediato contratada pela Rádio Mayrink Veiga e recebendo de Cesar Ladeira o slogan "Garota Grau Dez".

Em seguida foi convidada por João de Barro (Braguinha) a participar com destaque, em 1939, da gravação da marcha "Pirulito" cantada por Nilton Paz, sendo que no disco nao constou seu nome, só o do referido interpréte.

No mesmo ano, na Columbia Discos e com o nome de Emília Borba, grava seu primeiro disco 78 RPM "Ninguém Escapa" de Erastostenes Frazão e "Faça o Mesmo" de Frazão e Nássara.

Levada por Carmen Miranda, "A Pequena Notável" e sua madrinha artística, fez um teste no Cássino Balneário da Urca / Rio de Janeiro. Por ser menor de idade e na ansia de conseguir o emprego, alterou sua idade para alguns anos a mais. Ajudada por Carmen (que também emprestou-lhe vestido apropriado e sapatos de plataforma), foi aprovada pelo Sr. Joaquim Rollas, diretor artístico do Cássino e ali passou a se apresentar como "crooner", tornando-se logo em seguida uma das principais atrações daquela casa de espetáculos.

Transferiu-se da Columbia Discos para a gravadora Odeon, de onde já era contratada sua irmã e também cantora, Nena Robledo, casada com o compositor Perterpan. Lá, em fins de 1941 e já com o nome de Emilinha Borba, gravou "O Fim da Festa" de Nelson Trigueiro e Nelson Teixeira e "Eu Tenho um Cachorrinho" de Oswaldo Santiago e Georges Moran. Em 1944 retorna à Columbia Discos (com a etiqueta de Continental Discos), permanecendo naquela gravadora até fins de 1958, quando, então, transferiu-se para a CBS (hoje Sony Music) e ali ficando contratada por 18 anos consecutivos.

Em 1942 foi contratada pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, desligando-se meses depois. Em Setembro de 1943 retornou ao "cast" daquela Emissora, firmando-se a partir de então, e durante os 27 anos que lá permaneceu contratada, como a "Estrela Maior" da emissora PRE-8, a líder de audiência.

Enquanto naquela emissora, Emilinha atingiu o ápice de sua carreira artística, tornando-se a cantora mais querida e popular do país. Teve participação efetiva em todos os seus programas musicais, bem como, foi a "campeã absoluta em correspondência" por 19 anos consecutivos (até quando durou a pesquisa naquela emissora) de 1946 à 1964.

Os Frenéticos Autditórios da Rádio Nacional
(Os Frenéticos Auditórios da Rádio Nacional)


FATOS

Programas de Auditório Permanentes no Rádio dos quais Emilinha era a Estrela Principal:


Programas de Rádio dedicados à Emilinha Borba:


Desde o início de sua carreira artística, Emilinha é uma vitoriosa. Os concursos populares, que servem como termômetro de popularidade do artista, sempre foram constantes, e, das pesquisas realizadas, na fase aurea do rádio, 99,9% deram vitória a Emilinha Borba, tornando-a a artista brasileira que possivelmente possui mais títulos, troféus, faixas e coroas.

Principais Títulos Outorgados à Emilinha

Emilinha e suas faixas !
  • Favorita da Marinha (1947)
  • Favorita dos Marinheiros (1948)
  • Favorita Permanente da Marinha (1949)
  • Melhor Cantora de 1950 (1951) - Revista do Rádio
  • Melhor Cantora de 1951 (1952) - Revista do Rádio
  • Melhor Cantora de 1952 (1953) - Revista do Rádio
  • Rainha do Rádio (1953) - Associação Brasileira do Rádio ABR - Emilinha foi eleita apenas com o voto popular (sem patrocínio comercial) e o somatório dos votos das demais candidatas não atingiu o total de votos de Emilinha, que alcançou patricamente o triplo de Angela Maria, a segunda colocada.
  • Rainha dos Músicos (1957) - Ordem dos Músicos (pela primeira vez os próprios músicos elegeram sua Rainha)
  • Rainha da Rádio Nacional (1958)
  • Rainha do Jubileu de Prata da Rádio Nacional (1961)
  • Rainha do Quarto Centenário da Cidade do Rio de Janeiro (1965)
  • Primeiro Lugar por 13 Anos Consecutivos no Concurso "Os mais queridos do Rádio e da Televisão" - Revista do Rádio - a pesquisa foi realizada de 1956 à 1968
  • Rainha do Jubileu de Ouro da Rádio Nacional (1986)
  • Cidadã Benemérita da Cidade do Rio de Janeiro (1991)
  • Cidadã Paulistana (1995)
  • Troféu Imprensa (1996)
  • A Cantora do Brasil Mais Popular do Século XX (1999)
  • A Maior Intérprete da Música Carnavalesca do MILÊNIO - Socimpro
  • 50 Anos de Rainha do Rádio (1953 / 2003)

Nas edições da "Revista do Rádio", "Radiolândia" e do jornal "A Noite", Emilinha se comunicava com seus fans, amigos e leitores desses orgãos da imprensa, através das colunas:

O simples anúncio de sua presença em qualquer cidade ou lugarejo do país, era feriado local e Emilinha simbolicamente recebia as chaves da cidade e desfilava em carro aberto pelas principais ruas e avenidas sendo aplaudida, ovacionada e acarinhada pelos habitantes e autoridades da localidade.UMA LOUCURA!

Devido ao enorme sucesso após o seu terceiro espetáculo realizado no teatro Santa Rosa em João Pessoa (Paraíba) Emilinha teve que cantar em praça pública junto ao Casssiano Lagoa, para um incalculável público, só comparado aos dos comícios de Luiz Carlos Prestes ou Getúlio Vargas.

Emilinha foi a primeira artista brasileira a fazer uma longa excursão pelo país com patrocínio exclusivo. O laboratório Leite de Rosas até então investia em artístas internacionais (como a orquestra de Tommy Dorsey) e contratou e patrocinou Emilinha por três meses consecutivos em excursão pelo Norte e Nordeste.

Sua foto era obrigatória nas capas de todas as revistas e jornais do país. Na "Revista do Rádio" semana era ela, na seguinte outro artista e na posterior ela novamente. Até que, na Semana Santa que seria a vez de Emilinha, foi criado um impasse, pois o diretor da revista queria homenagear a Igreja Católica. Como resolver? Solução: colocar um crucifixo em seu colo, o que foi o bastante para um crítico (José Fernandes) dizer: "Que até Cristo para ser capa de revista teve que sentar no colo de Emilinha".

Até Agosto / 95 Emilinha Borba foi a personalidade brasileira que maior número de vezes foi capa de revistas no Brasil, calcula-se aproximadamente umas 350 capas nas mais diversas revistas.


Emilinha . . . a primeira

Emilinha foi:

De 1968 a 1972, Emilinha esteve inativa por problemas de saúde. Teve edema nas cordas vocais e, após três cirurgias e longo estudo para reeducar a voz, voltou a cantar. Seu retorno aos braços do público ocorreu em grandioso espetáculo realizado pelo Sistema Globo de Rádio, diretamente do campo de futebol do Clube de Regatas Vasco da Gama / RJ, extamente no Dia dos Marinheiros de 1972. No início de 1973, sua imagem voltou a brilhar nos lares de todo Brasil, pois, com transmissão direta pela TV Tupi / RJ, apresentou-se no Canecão / RJ, no festival de MPB, quando, com a marcha de João Roberto Kelly "Isarael", venceu, mais uma vez, a "guerra" do carnaval.

A partir de então não mais parou, levando sempre seu talento por todo o país e a alegria do carnval brasileiro a diversas partes do mundo.

Sua arte, admirada e aplaudida por milhões, sempre foi em prol da cultura popular e, assim, carismática Emilinha Borba, cuja trajetória artística, pontilhada de sucessos, personifica-se como verdadeira e autêntica representante da Era de Ouro do Rádio Brasileiro.

 

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